Controle e Obediência

Pensar ou não pensar, eis a questão. 
Nesta belíssima e inquietante distopia de Ray Bradbury, as pessoas são praticamente proibidas de pensar, sob o custo de serem queimadas vivas; assim como os livros que por ventura ainda teimem em existir.


Ainda que escrito em 1981, a reflexão, hoje ainda permitida, mostra-se muito atual, visto a persistente tendência dos ‘formatos-padronizados-homogeneizantes’ que, via de regra, nos cegam, ensurdecem e paralizam.


O grifo escolhido refere-se a um cachorro mecânico, que teoricamente obedece somente ao que lhe é ‘ensinado’. Mas será que nós, humanos, não estamos entrando na mesma ‘onda’ do ‘sabujo’? A cada dia que passa, nos vemos inseridos num esquema de somente, e pronta-resposta; sem questionamentos, sem reflexões; só ação modulada e repetições de modelos testados.


Ler então, nem pensar! Questionar, jamais.

Obedecer, sim.

Essa é a regra do momento: agir de acordo com o esperado e, literalmente, sobreviver, pessoal, social ou profissionalmente. Desvie e será desligado, assim está escrito nas linhas veladas do manual do padrão do comportamento.
PERIGO. O que um dia foi distopia hoje é realidade e o futuro não é nada promissor; especialmente em sociedades onde o estudo foi castrado de valor e o que vale é o ‘esqueminha’ big brother perpetuado por imensas e desejáveis telas, circo constante ao alcance de todos, tristeza mascarada de alegria.


Que a Ficção aqui mostrada nos ilumine mais páginas, ainda a serem lidas. Que a tela brilhe menos e que o pensar prevaleça para uma nova REALidade.
Ainda dá tempo.